Este é um espaço com alguns registos, apontamentos e pequenas curiosidades sobre algumas figuras que, de algum modo, ficaram ligadas à história de Leiria.
Poderá ser uma motivação para alguns curiosos que queiram insvestigar os assuntos com outro rigor e pormenor.

segunda-feira, 15 de abril de 2013

LENDA DO LIS E DO LENA





Nasceu o rio Lis junto a uma serra
No mesmo dia que nasceu o Lena;
Mas com muita Paixão, com muita Pena
De seu berço não ser na mesma Terra.

Andando, andando alegres, murmurantes,
Na mesma direcção ambos corriam;
Neles bebendo, as aves chilreantes
Cantavam esse amor que ambos sentiam

Um dia já espigados, já crescidos
Contrataram casar, de amor perdidos
Num Domingo, em Leiria de mansinho...

Mas Lena, assim a modo envergonhada
Do povo, foi casar toda enfeitada
Com o Lis mais abaixo um bocadinho.

Marques da Cruz
1888-1958


Este soneto inspirou, de forma magnífica,
o professor e artista Augusto Mota, que nos anos 60, já gozava de um grande prestígio na região e além fronteiras, num trabalho de grande beleza, simplicidade e sensibilidade, num beijo celebrado entre o Lis e o Lena, envolto pelos verdes e sussurrantes pinheiros, sob o olhar do sol, rubro de vergonha perante tanta intimidade, só testemunhado pelas “aves chilreantes”, com o castelo, ao longe, a abençoá-lo.


 
             O poeta José Marques da Cruz nasceu em Famalicão (Cortes) a 15 de Novembro de 1888,
             e faleceu a 23 de Abril de 1958.
             Formou-se em Coimbra, em1912, onde frequentou a Faculdade de Direito.
            Passando a residir em S.Paulo, aí se dedicou ao magistério secundário e superior.           
            Foi professor em vários estabelecimentos de ensino.
            Também se consagrou às letras, pelo que deixou publicadas numerosas obras em prosa e 
             em verso.








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